Os servidores que trabalharam no Centro Integrado em Especialidades Médicas (CIEM) de Picos entre abril e agosto deste ano, ou seja, no auge da pandemia do coronavírus aqui na cidade, estão reivindicando o recebimento do adicional de insalubridade de 40%, aprovado pela Câmara Municipal em sessão ordinária realizada no dia 14 de agosto. O projeto de lei é retroativo ao mês de abril, o que garante o direito dos servidores de receberem os valores correspondentes por terem sido expostos a Covid-19.
De acordo com a tecnóloga em radiologia, Alessandra Wenzel, que deixou o CIEM em agosto, logo no inicio da pandemia ficou acertado que todos os servidores da “linha de frente” teriam direito ao adicional de insalubridade e que este começaria a ser pago em agosto, com data retroativa. A reunião aconteceu com o ex-secretário de Saúde, Waldemar dos Santos Júnior, o Dr. Júnior.
“No entanto, com a mudança de secretário de Saúde, houve várias demissões e com isso a falta de comunicação entre os novos administrados e os funcionários demitidos aumentou. Por diversas vezes, eu e meus colegas de trabalho tentamos nos comunicar com a nova secretária de Saúde (médica Kele Cristina) e por diversas vezes não obtivemos nenhuma conversa ou previsão de pagamento, fazendo-nos acreditar em rumores de que não iriamos receber a devida insalubridade, pois já que estávamos demitidos, não teríamos o direito”, declarou.
Alessandra Wenzel disse ainda que também não recebeu pelos plantões e horas extras, e que juntamente com os seus colegas está disposta a recorrer a justiça. “Gostaria de acrescentar que, até o presente momento não recebi os dias em que trabalhei, os dias em que fiz plantões extras e agora a insalubridade, mesmo indo conversar com a nova diretora do CIEM (Daniela Barros) e RH da Secretaria de Saúde, com todos os papéis comprovando meus dias trabalhados, não recebi resposta alguma e muito menos compreensão”, protestou.
A ex-diretora do CIEM, Maria Santana, é outra pessoa que também deveria receber os 40% de insalubridade. Contudo, ela salienta que há profissionais que foram mais prejudicados porque estavam em contato direto com as pessoas doentes. “Mas, outros profissionais ficaram mais expostos que eu. Como por exemplo, a técnica de laboratório que tinha contato direto com os pacientes, coletando o sangue. Assim também como enfermeiras, médicos e técnicas que também foram prejudicadas”, relatou.
Dentre os ex-servidores que não receberam o adicional, Maria Santana listou: quatro seguranças, dois vigias, duas enfermeiras, uma técnica de laboratório, duas recepcionistas, uma auxiliar de serviços gerais, dois técnicos de raiox e um médico.
A secretária
Nós procuramos a secretária de Saúde de Picos, Kele Cristina Nunes, para saber se os ex-servidores receberão a insalubridade de 40%. Ela informou que os servidores exonerados receberão os 40%, mas o pagamento foi dividido em duas etapas devido a burocracia. Os servidores que estão trabalhando nesse momento já receberam pelos meses de maio, junho e julho e já está sendo preparado pagamento daqueles que deixaram a secretaria.
“Todos irão receber, só que em momentos diferentes, receberam a primeira etapa, porque estavam na folha, e desde ontem começamos a trabalhar com o pessoal que hoje não está mais, mas que em algum momento trabalhou”, explicou.