Por: Brenda Rodrigues
Jacqueline Wanderley Marques Dantas 46 anos, uma jovem mulher, mãe, professora e aluna, que reside da cidade de Picos-PI, mãe de dois jovens Danilo Dantas 17 anos, e Daniel Dantas 18 anos.
Jacqueline concluiu o Curso de Letras – Português pela UFPI em 2004, em 2013 concluiu Letras – Espanhol pela UESPI e no momento está cursando Direito na Faculdade R.Sá. Logo quando ela terminou o Ensino Médio, em 1995, pensou em fazer o curso de Direito, pois sempre teve afinidade com a área de Humanas, no entanto, nesta época, em sua cidade não tinha o curso de desejado e o sonho da jovem teve que ser adiado. Fez outros cursos, concurso para Professora da Educação Básica, no qual foi aprovada pela primeira vez em 1997 para ser professora da Rede Municipal de Picos.
Em seguida, tomou posse do concurso para o qual foi aprovada, trabalhando pela primeira vez na Unidade Escolar José João de Moura no Bairro Pedrinhas em Picos. “Exerci com zelo e dedicação o meu ofício de professora de Língua Portuguesa nas séries iniciais do Ensino Fundamental e hoje em dia trabalho no Centro Estadual de Educação Profissional Petrônio Portela, em Picos, onde ministro Inglês e Português nas turmas do Ensino Médio Profissionalizante”. (Afirmou Jacqueline)
Há algum tempo depois em 2005 nasceu o seu primeiro filho por nome Daniel. Aos dez anos, Daniel foi diagnosticado com autismo e desde então os cuidados para com ele foram redobrados, levando-o a terapias e acompanhando-o em todas as suas etapas de aprendizagem.
“Daniel veio para alegrar as nossas vidas e me ensinou a ser uma pessoa mais forte e determinada, temos que ter acima de tudo fé, é Deus quem nos dá força e coragem para vencermos todas as adversidades. Eu sei que muitas mães sofrem pelo preconceito de pessoas que não acreditam no potencial de seus filhos com autismo; mas não podemos desistir”, relata a mãe do jovem.
Em 2017, a jovem mãe escreveu um livro com dedicatória ao seu filho, o livro foi intitulado: “Daniel e seu Universo Azul”, onde ela teve o desejo de repassar um sentimento de esperança e superação para as mães com filhos autistas, como também para as outras pessoas, com o fim de conscientizá-las de que uma criança autista pode desenvolver sim suas habilidades desde que receba muito amor da família e apoio de uma equipe multifuncional de saúde.
Ela defende também a ideia de que as escolas estejam preparadas para receber essas crianças com carinho e suporte pedagógico. “O objetivo maior do projeto do livro Daniel e seu Universo Azul foi fazer chegar às famílias que tem filhos com Transtorno do Espectro Autista (TEA) uma mensagem de superação e determinação”, ressaltou.
Por volta de 2023 Daniel conseguiu concluir o Ensino Médio, e no mesmo ano prestou vestibular para o curso de Direito da Faculdade RSA, obtendo com êxito a sua aprovação. “Deus é Bom o tempo todo”, declara a mãe do rapaz.
Hoje em dia Daniel está com 18 anos e segue no curso de Direito, se identificando a cada dia com o curso. Vendo o encanto e a dedicação intensa do filho para com os estudos, Jacqueline, mãe de Daniel, também decidiu prestar vestibular para o curso de Direito, buscando assim mais uma formação além das que já possuía, a realização de um sonho antigo e podendo também está presente com mais intensidade na vida universitária de seu filho pois a sala onde ela estuda é a mesma de Daniel, com isso além de serem mãe e filho, agora são colegas de classe. Jacqueline tanto está em busca de aprender coisas novas para si, como também para poder ajudar sempre que preciso seu filho nas atividades.
“É importante mencionar que o Curso de Direito foi uma escolha de Daniel. Sempre acreditei na capacidade de meu filho, pois ele sempre foi muito estudioso e esforçado. Com essa vitória de meu filho, acendeu em mim novamente aquele sonho que eu tivera na adolescência e assim decidi cursar Direito para apoiar o meu filho nesta nova trajetória da vida dele”, conta Jacqueline.
“É um desafio tanto para mim, como para Daniel, pois o Curso de Direito requer dedicação e muita leitura e empenho. Os professores são excelentes, compreensivos e acolhedores. Os colegas de turma também estão nos apoiando ao mesmo tempo que estão aprendendo a conviver com as diferenças. Uma aprendizagem para nós todos”, declarou Jacqueline.
