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Saiba mais sobre a Batalha do Jenipapo, um dos principais confrontos militares pela Independência do Brasil

Representação da Batalha do Jenipapo

Neste sábado, 13 de março, celebra-se a Batalha do Jenipapo, um dos principais confrontos militares entre brasileiros e portugueses pela Independência do Brasil. Bastante estudado por historiadores piauienses, o evento, que ocorreu em 1823, na então vila de Campo Maior, às margens do riacho Jenipapo, precisa ser melhor conhecido pelo restante do país e até mesmo pela população do Piauí. Embora a data não seja marcada com um feriado estadual, ela foi muito significativa para o processo de emancipação do Brasil.

Em meio ao processo de Independência do Brasil, oficializado por Dom Pedro I, em 1822, as várias províncias também trataram de aderir ao movimento que formaria um novo país. No Piauí, o rico comerciante Simplício Dias foi o primeiro a se manifestar.

Em 19 de outubro de 1822, ele declarou a adesão do Piauí ao processo. Contudo, Dias não tinha forças para impor a sua posição e teve que deixar a província com os seus aliados quando o Major do Exército português, João José da Cunha Fidié, marchou com a sua tropa naquela direção.

Enquanto isso, a capital da província, Oeiras, estava em polvorosa. Depois de muita hesitação, o fazendeiro Manoel de Sousa Martins, depois Visconde da Parnaíba, também aderiu a independência, no dia 24 de janeiro de 1823. Todos os anos, nessa data, o Governo do Estado é transferido simbolicamente para a antiga capital.

Monumento em homenagem a batalha na cidade de Campo Maior

Ao saber da adesão de Oeiras, o Major põe seu exército em marca novamente e se dirige para a capital. Ele só não esperava a emboscada de dois mil piauienses, contando com o apoio de cearenses e maranhenses, na vila de Campo Maior, às margens do riacho Jenipapo.

O comandante português chefiava uma tropa de 1800 homens, militares profissionais, bem armados com rifles, canhões e cavalaria. Enquanto os piauienses, no número de 2000, eram trabalhadores do campo, não conheciam táticas militares nem de guerrilha. Mas foi isso que fizeram, mesmo sem armamento, muitos utilizando objetos do trabalho diário, enfrentaram os portugueses.

A Batalha do Jenipapo durou de 9h às 14h, com 200 mortos e 514 prisioneiros entre os piauienses e a consequente debandada dos mesmos. Contudo, 116 portugueses também perderam a vida e vários armamentos lusitanos foram capturados, e o Major Fidié não pôde concluir a sua marcha, sendo obrigado a fugir para o Maranhão, onde se entrincheirou na cidade de Caxias.

Após seis meses de cerco, João José da Cunha Fidié se rendeu e foi feito prisioneiro. Ele foi encaminhado para o Rio de Janeiro, mas não recebeu nenhum julgamento. Pelo contrário, foi mandado de volta a Portugal onde foi recebido com honras militares. O militar continuaria a sua carreira em diversas guerras coloniais daquele país.

Portugal, bastante desgastado, reconheceria a independência do Brasil em 1825. Várias lutas regionais foram verificadas, o que mostra que a emancipação brasileira não foi um processo pacifista. Hoje existe um monumento em Campo Maior em homenagem a Batalha do Jenipapo.

“O primeiro que luta é o Piauí”.