Desde que o governo federal enviou para o Congresso Nacional a primeira parte da reforma tributária, no final do mês de julho, um tópico chamou atenção da sociedade, a proposta de taxação dos livros. Caso a proposta seja aprovada, eles ficarão mais caros. Desde então surgiu uma mobilização para pressionar os deputados federais a votarem contra esse item do projeto. Em Picos o professor da graduação de letras da UFPI – Campus Senador Helvídio Nunes de Barros, Luiz Egito, e a professora e presidente da Academia de Letras da Região de Picos (ALERP), Deolinda Marques, criticaram a proposta classificando-a como insensata e absurda.
O professor Egito, que também é escritor, argumentou que taxar os livros e deixá-los mais caros vai reduzir o consumo pela sociedade. “Eu vejo como uma atitude insensata do governo, extremamente insensata, é retrato da insensatez, talvez até da incompetência. Do ponto de vista econômico, é reduzir o mercado, do ponto de vista socioeducativo e político, é uma atitude de tirar a possibilidade de formar cidadãos, pessoas com a criticidade aguçada”, declarou.
Para o professor a taxação do livro e a consequente elevação do seu preço tem uma finalidade politica, pois é a leitura que permite ao cidadão a capacidade de interpretar a realidade. “E nesse momento precisamos de gente capaz de enxergar o que está por vir e ver o que está acontecendo; então parece que existe um plano arquitetado para tirar essa possibilidade do cidadão de formar pessoas com essa capacidade”, frisou.
A professora Deolinda Marques declarou que a proposta com absurda, pois além de reduzir o consumo do livro, que já é muito pequeno no Brasil, vai dificultar o lançamento de novos exemplares pelos escritores.
“Os livros no Brasil já são consideravelmente caros, e vistos como objetos de última necessidade. Torná-los mais caros ainda é um absurdo. Dificultará, sobretudo, para quem escreve e quer publicar, pois é muito caro publicar livros nesse país”, comentou.
O governo federal não cobra imposto sobre os livros conforme previsto na Constituição Federal. Ainda assim, são considerados muito caros. Como ficarão os preços caso passe a incidir uma cobrança sobre eles?