Tudo acontecia normalmente, a Profa. Dra. Marylu Alves de Oliveira, docente efetiva da Universidade Federal do Piauí (UFPI), ministrava uma palestra virtual sobre o tema: “Anticomunismo Brasileiro: Passado e Presente”, como parte do I Ciclo de Debates da Uespi, promovido pela UESPI – Campus Possidônio Queiroz de Oeiras, quando o link da aula foi invadido por algumas pessoas. Elas publicaram mensagens agressivas aos participantes, vídeos do presidente da República Jair Bolsonaro (sem partido) e compartilharam imagens pornográficas.
“Infelizmente tivemos que fechar a sala, e abrimos outra sala, com prejuízo porque uma série de alunos que tinham interesse não puderam participar, porque aí passou a ser autorizada a entrada só de pessoas conhecidas”, relatou a professora em entrevista ao Boletim do Sertão.
Para a professora Marylu a tentativa foi clara, cercear a liberdade de expressão e de propagação do conhecimento, contudo, mesmo com o grave contratempo a palestra continuou. “Mas nós fizemos o evento até como uma forma de resistência, porque esses sujeitos não querem que a gente fale”, declarou.
A professora Marylu já pesquisa a temática sobre a qual ministrou palestra há 15 anos, já tendo inclusive publicado livro.
Ela recebeu dezenas de mensagens de apoio de amigos, alunos, ex-alunos e professores. A UESPI divulgou uma nota de repúdio sobre a invasão da palestra. No texto a instituição disse repudiar “veementemente atitudes preconceituosas que desprezam o conhecimento”.