A professora aposentada Maria Docarmo Menezes é uma daquelas pessoas extremamente integradas à sociedade, colaborando ativamente em vários grupos sociais. Residente no bairro Junco, ela é um arquivo vivo sobre os acontecimentos históricos referentes a Paróquia de São Francisco de Assis, desde quando ainda era uma capela.
Em entrevista ao Boletim do Sertão, a professora nos fez um breve relato, a partir das suas memórias, sobre a ampliação da Igreja de São Francisco de Assis e sua elevação a paróquia, e também sobre a passagem do Pe. Ermínio Pegorari pelo Junco.
A Profa. Docarmo é autora de um livro com muitas imagens e informações sobre os 25 anos dos festejos de São Francisco no bairro Junco. Neste ano de 2022, a comunidade vive o 40° festejo de sua história.
A capela
Antes da grande Igreja de São Francisco de Assis do bairro Junco, havia uma capela. A professora Docarmo relata que a capela foi erguida no final da década de 1960. A comunidade realizou inúmeros eventos para erguer o templo. Após a sua conclusão, havia ainda a necessidade da estruturação.
“Quando o 3° BEC chegou a nossa capela estava em pé, construída, mas precisa de bancos, de estrutura para que as pessoas fossem”, declarou.
A família da professora Docarmo sempre esteve envolvida com os eventos religiosos do bairro. Ela relata que confeccionavam vassouras de folha de carnaúba para varrer o templo e os locais onde as celebrações eram realizadas.
A igreja
Segundo a professora Docarmo, um marco importante para a comunidade foi a elevação de Picos a Diocese, em 1975, tendo como primeiro bispo Dom Augusto, que atualmente é bispo emérito. Ele permaneceu à frente da Diocese até o ano 2000, quando foi transferido para Floriano/Oeiras. Ao perceber a animação do Junco, o sacerdote decidiu ampliar esse estímulo.
“Tem uma história do desenvolvimento do Junco com a nossa religiosidade, o Junco se desenvolve com a nossa capela, com a nossa igreja”, comentou.
O Pe. Hermínio
Para a professora a chegada do Pe. Ermínio Pegorari, em 1982, foi um presente para o bairro. A partir de então o Junco foi erguido a categoria de paróquia e o Pe. Ermínio foi o seu primeiro pároco. Com isso, a capela foi ampliada para se transformar em igreja.
“Ele era um santo. Era asmático, naquela época, as águas eram muito de açude. Ele andava pelo interior, usava aquelas bombinhas para respirar. Foi um grande missionário, ele tinha todo um carisma do nosso padroeiro São Francisco”, declarou a professora Docarmo.
Italiano, o Pe. Ermínio chegou ao Brasil em 1966, e atuou em várias cidades brasileiras: Taguatinga (DF), Picos, Teresina, Fortaleza e São Luís (MA). Ele retornou para a Itália no final dos anos 1990, vindo a falecer em 17 de março de 1999. O seu corpo se encontra sepultado no túmulo dos Apóstolos.
São Francisco
Quando ainda era uma capela, que não havia um santo específico para devoção da comunidade. Com a elevação a paróquia, São Francisco foi o escolhido. Desde então, a igreja se tornou um centro de romaria, com milhares de fiéis comparecendo aos festejos no dia 04 de outubro e pagando promessas. “Cada ano aumenta mais essa devoção, pagamento de promessas, essa religiosidade traz essa fé”, declarou a professora.
Os jovens
A professora Docarmo frisa que a festa cresce em participantes anualmente, e enfatiza a participação dos jovens durante os festejos. “Que os jovens estejam sempre atentos à mudança dos tempos, mas não deixe de olhar a nossa palavra, a palavra dos evangelhos, das escrituras sagradas, porque tudo passa, tudo evolui, mas a palavra de Deus é quem continua iluminando nossos passos, nossa mente, nossos corações”, finalizou.