A ONG Fórum Nacional de Travestis e Transexuais, Negros e Negras (Fonatrans), sediada em Picos, foi procurada há 15 dias pela empresa Par Perfeito, administradora do aplicativo de encontros e relacionamentos Tinder, para a realização de uma parceria. Segundo a coordenadora da ONG, Jovanna Cardoso, o Par Perfeito pesquisou sobre o Fonatrans e constatou a eficiência do trabalho realizado pela organização no combate ao racismo, feminicídio, homofobia e transfobia. Através dessa parceria será possível diminuir as dificuldades que as pessoas trans estão passando nesse momento de pandemia aqui na cidade, o que resultará em um auxílio emergencial.
Segundo Jovanna Cardoso, o Fonatrans tem sede em Picos, mas possui representação em várias cidades pelo Brasil. “Temos mais de 1000 inserções no Google, e eles (a empresa Par Perfeito) nos disseram que queriam formar uma parceria conosco para diminuir um pouco o sofrimento que as pessoas trans estão passando nesse momento de pandemia”, declarou.
Jovanna informou que o Brasil é o país que mais mata pessoas trans no mundo. Outro objetivo da parceria é fortalecer a ONG, garantindo a aquisição de computadores, impressoras, pagamentos de internet e aluguel de plataformas para lives nacionais. “E eles disseram que iam nos fazer uma doação, nos certificamos e efetivamos a emissão dos documentos e eles estão em tramite de fazer o repasse”, explicou.
Com isso será organizado um auxílio emergencial para as pessoas trans em Picos. Jovanna afirmou que existem várias pessoas trans na cidade, embora a sociedade local tenha pouco conhecimento disso. E muitas delas estão passando por dificuldades por serem carentes. Ao todo serão beneficiadas 10 pessoas, que receberão duas parcelas de R$ 100,00 cada, uma em dezembro e outra em janeiro. Caso a parceria com a empresa Par Perfeito seja renovada, o auxílio poderá ser prorrogado.
“Tem de ser pessoas trans, estar desempregadas e ser negras, a ajuda é simbólica, mas faz um impacto gigantesco para algumas pessoas, porque em Picos nenhuma instituição decidiu fazer isso através de uma ONG ou por conta própria, então decidimos usar parte desses recursos, dessa parceria para minimizar um pouco o sofrimento dessas pessoas”, declarou Jovana Cardoso.