O retorno das atividades comerciais no Piauí já no início do mês de maio não conta com o apoio do governador Wellington Dias (PT). Durante uma live nas redes sociais nesta quarta-feira (29), o gestor apresentou dados que mostram que o número de casos confirmados e de óbitos no estado deve continuar crescendo nas próximas semanas.
Para Wellington Dias, as decisões nesse momento de pandemia são difíceis para todos os gestores, como a reabertura dos estabelecimentos comerciais. As informações científicas e as recomendações dos órgãos de saúde e sanitários, contudo, devem ser levadas em considerações para evitar um colapso no sistema de saúde.
“Eu também penso na retomada das atividades, eu também trabalho pra isso. Mas só quero fazer isso no momento adequado. Ainda não é o momento. Está subindo o número de contaminação, de pessoas confirmadas. Infelizmente ainda não é o momento”, disse. “As decisões nesse momento são muito difíceis. Mas terei a coragem de colocar a vida em primeiro lugar. É claro que valorizo a economia, mas é a vida em primeiro lugar. É claro que valorizo o emprego, os salários, mas é a vida em primeiro lugar”, reforçou.
Uma das preocupações expostas por Wellington Dias é o alto nível de contaminação que estados vizinhos como Ceará, Bahia, Maranhão e Pernambuco estão apresentando na pandemia. O Ceará, por exemplo, tem um dos maiores índices do país com 417 óbitos e 6.985 casos confirmados, enquanto o Piauí possui 24 mortos e 454 casos confirmados.
“Olhamos para os nossos (estados) vizinhos pelo seu nível de desenvolvimento mais antecipado do que o nosso. Nós temos uma situação que o Piauí ainda não entrou em colapso”, afirmou ao sinalizar que os decretos que determinam o isolamento social e a abertura apenas de serviços essenciais devem ser mantidos no estado.
Segundo o Comitê de Operações Emergenciais (COE), instalado para o planeamento de ações de combate ao novo coronavírus, os números de casos só devem diminuir no Piauí a partir da segunda quinzena de maio. O Comitê orientou o governador a manter o isolamento social até lá e aguardar como a doença vai se comportar nas próximas semanas.
Por: Otávio Neto/O Dia