Segundo o empreendedor, professor pós-doutor do IFPI de Picos e escritor Marcus Linhares, a crise provocada pelo novo coronavírus tem levado muitos a se voltar para novos horizontes, buscando saídas diferenciadas para a sobrevivência dos seus negócios. “Essa crise trouxe a possibilidade das pessoas conhecerem o mundo digital e como as startups, apesar de serem empresas como outras quaisquer, por trazerem tecnologia, facilitam, pois a maioria das possibilidades que você tem de acessar esses serviços é por meio da internet”, explicou.
Em entrevista ao Boletim do Sertão, Marcus salientou que os empresários com a mentalidade de utilizar tecnologias para melhorar a vida dos consumidores estão em vantagem. Ele cita vários restaurantes que utilizam aplicativos de celular para atender mais rapidamente o cliente que não está podendo sair de casa.
Marcus informou que tem sido muito procurado por donos de empresas em Picos cujos os portões estão fechados por causa da pandemia, buscando, assim, alternativas tecnológicas para continuar no mercado nesse momento de crise. “É uma grande oportunidade para quem tem conteúdo digital, serviços digitais, ensino a distância, ou seja, é um momento de muita oportunidade para algumas empresas”, declarou.
Marcus Linhares, que é fundador da Nave Aceleradora (empresa que eleva o patamar das startups tornado possível para elas receber investimentos), explicou que o mercado em Picos é promissor para empreendedores da cidade investirem em negócios que tenham tecnologia. “Infelizmente em Picos, poucos empresários estão percebendo isso, talvez agora com a crise estão sentindo a dor de não ter serviços no mundo digital, ou seja, utilizando tecnologia”, comentou.
O surgimento de startups em Picos tem acontecido principalmente através da UFPI e no IFPI. “Recebemos com muita frequência empresários querendo criar soluções tecnológicas para as suas empresas, mesmo que elas sejam tradicionais: uma ótica, um posto de lavagem, postos de gasolina, supermercados, e quando elas (startups) são desenvolvidas nesses laboratórios, elas podem atender clientes no Brasil inteiro”, declarou.
Para o desenvolvimento de uma startup, Marcus afirma que a pessoa tem de ter uma mentalidade empreendedora, que colocará em prática a sua ideia para solucionar um problema. Ele salienta que todos os setores do mercado podem ser abrangidos pelas startups. “Não existe limite para a inovação”, declarou.
Explicação
Quando se utiliza a expressão startup, termo que se tornou comum nos últimos anos, pode-se ter ideias equivocadas. O professor Marcus salienta que elas são empresas como outras quaisquer. “Não é um termo novo, sempre foi usado nos Estados Unidos para empresas que estão sendo lançadas. No Brasil, quando vamos abrir um novo negócio, chamamos de um ‘novo negócio’, mas nos EUA desde sempre é chamado de startup”, explicou.
Marcus contextualiza que a diferenciação do termo startup começou a partir dos anos 1970 porque as empresas passaram a ser lançadas cada vez mais rapidamente. “As empresas que passaram a ser lançadas mais rapidamente passaram a ter acesso a esse nome; e dos anos 1970, a partir do impacto que o Vale do Silício (na Califórnia – EUA) trouxe para o mundo, com abertura de empresas que traziam uma carga tecnológica, esse termo passou a ser usado para empresas que se lançavam rapidamente”, detalhou.
Ele salienta que as startups são empresas como as demais, com o diferencial de que ela está em estágio inicial e traz alguma tecnologia, mas todos os procedimentos burocráticos precisam ser seguidos, como a constituição de CNPJ. “Você pode abrir um supermercado pensando na mentalidade startup, então ela é uma empresa como outra qualquer, a diferença é que elas embarcam tecnologias que aceleram as coisas, por isso que o símbolo das startups são os foguetes”, comentou.