Por Daniela Pereira/Estagiária
O médico endocrinologista e metabologista e professor da UFPI – Campus Senador Helvídio Nunes de Barros de Picos, Leonardo Maia, relata casos de pacientes diabéticos que contraíram o coronavírus e tiveram sequelas após se curarem da Covid. Em entrevista ao Boletim do Sertão o médico também falou das pessoas que se tornaram diabéticas após adoecerem da Covid-19.
“A Covid-19 é uma doença nova, muita coisa estamos descobrindo e umas dessas coisas, é, inclusive, depois do paciente com Covid-19, que não era diabético, se tornou diabético, aquele que já era diabético ficou totalmente descontrolado”, explica.
Segundo o endocrinologista, um dos motivos que provoca sequelas nos diabéticos está relacionada a infecção do vírus, pois é visto que qualquer tipo de infecção pode agravar a doença crônica.
“Uma doença grave pode descompensar a diabetes, uma pessoa que pega infecção pode descompensar a diabetes, qualquer infecção grave, neste caso, pode ser porque o vírus da Covid-19 (SARS-CoV 2), se liga as células beta pancreáticas e com isso diminui a produção de insulina, alguns trabalhos mostram que pode acontecer isso, mas é uma coisa bem inicial”, diz.
Diante disso, Leonardo Maia relata outros possíveis motivos que podem levar um diabético a descontrolar a glicemia após contrair o coronavírus.
“Também pode ser pelo uso de corticoide, que a gente usa no tratamento de pacientes mais graves, e precisamos usar uma dose alta do corticoide, a dexametasona, e este medicamento aumenta a glicemia, pois neste caso, não sabemos ao certo qual desses motivos é, se é por causa da lesão direta do vírus, se é porque toda doença grave aumenta a glicemia ou se é pelo uso do corticoide”, explica.
Vacina
O médico Leonardo Maia chama a atenção da população para explicar a importância da vacina e os cuidados que mesmo após as pessoas serem vacinadas, permanecerem com os cuidados exigidos pelas autoridades sanitárias.
“As vacinas estão chegando, mas precisamos ter cuidado porque ela vai diminuir e não acabar com as infecções, as vacinas que estão sendo mais distribuídas no Brasil é a Coronavac, e a eficácia dela em diminuir a infecção do vírus é só de 50%, então se vai diminuir os 50% já é uma ajuda boa, mas uma outra parte vai se infectar mesmo sendo tomada a vacina, só que uma infecção mais leve, não será tão grave, mas vai continuar transmitido o vírus, então, quem tomou a vacina, deve continuar usando máscara, mantendo os mesmos cuidados que se tinha antes”, expõe.