Por Cristina Fontes/Colaboradora
Identificar as oportunidades e transformar os negócios têm sido desafiador em tempos de pandemia da Covid-19. Setores da moda, beleza, gastronomia, serviços e comércios em geral têm sofrido impacto nas vendas, levando o empreendedor a se reinventar para manter a sobrevivência do negócio, bem como o orçamento em dia.
É o caso da maquiadora profissional Rute Batista, que viu seu negócio ser um dos primeiros afetados com o cancelamento de eventos, devido às restrições sociais. “Tive em média 30 maquiagens canceladas e foi então que começou a preocupação com o momento de grande incerteza. Confesso que fiquei extremamente abalada, pois vi sonhos profissionais tendo que ser adiados, os poucos recursos para cobrir as despesas, entre outras preocupações”, desabafou.
Com o aumento do impacto da crise econômica no trabalho, a maquiadora resolveu lançar estratégias focadas em manter a clientela, como o aumento da produção dos conteúdos nas redes sociais, que segundo ela, é necessário para que o profissional não caia no esquecimento; parcerias para venda de produtos de beleza, além do lançamento de um curso de automaquiagem. As novas táticas, apesar da boa receptividade, têm sido executadas com cautela.
“Manter a ordem, usar equipamentos de segurança e reduzir o fluxo no dia são algumas das exigências importantes neste momento”, frisou, Rute, que vai além e dá algumas dicas: “pensar em estratégias que agreguem valor ao trabalho, buscar sempre ter um diferencial e aproveitar o tempo que está tendo para se atualizar, estudar bastante e treinar muito, com certeza isso será refletido e seus clientes vão sentir esse diferencial e esforço, pois o mercado cada dia está mais exigente e requer de nós excelência”, acrescentou.
A empresária Alice Alencar também teve que enfrentar desafios para adaptar os negócios a essa nova realidade. Até antes da pandemia era proprietária de um bar, estilo petiscaria e restaurante em Pio IX, 126 km distante de Picos, e se viu obrigada, para reduzir despesas, a adotar várias medidas.
“Modificamos nosso cardápio para fazer deliverys apenas de lanches e petiscos, tiramos a parte de carnes e bebidas. Em seguida a gente resolveu fazer isso em casa. A gente entregou o ponto, porque assim as despesas seriam menores”. Além dos negócios, a microempresária chama atenção para uma preocupação diária: o medo. “A gente precisa estar comprando material para estoque, sair para supermercado, para entregar um pedido que o cliente faz, mas o importante é a gente fazer tudo com responsabilidade”, destacou.
Para Alice, além de manter os cuidados com a higiene e a boa comunicação com o freguês, são necessários alguns diferenciais para agregar valor ao serviço e fidelizar a clientela, em meio a um nicho de mercado com grande concorrência, como é o delivery.
“Ter um cardápio claro, oferecer formas de pagamento que não precise do dinheiro em espécie, como conta bancária, crédito, débito, as contas virtuais, porque você pode fazer o pagamento através de um link, isso evita o contato direto com a pessoa, pegar no mesmo cartão, na mesma maquininha; criar alguma forma de fidelização, de garantir que seu trabalho vai se manter e ao mesmo tempo garantir que aquele cliente vá ter condições de continuar sendo seu cliente em tempos difíceis e, é claro, tomar todas as precauções de segurança”, frisou.