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Economista explica como alta do dólar afeta o Brasil

Economista e professor James Brito

Por Maria Gizelly
Estagiária R.Sá

Com a alta no valor do dólar, países como o Brasil são afetados por conta do impacto no preço dos produtos que são comprados com a moeda estrangeira por empresas brasileiras. Com isso a tendência é que sejam repassadas todas as alterações de preços aos produtos transacionados, isso reflete nos preços internos.

O Brasil, assim como muitos países, realizam suas transações comerciais com o exterior com base na moeda universal, o dólar. Com as intensas variações dessa moeda no mercado exterior, podemos entender que diversas consequências podem acontecer na economia, entre elas: inflação, encarecimento de viagens ao exterior, dificuldade em manter o real estabilizado, entre outros.

A alta dos preços acontece porque muitos insumos e até produtos consumidos internamente são provenientes de diversos países em diversos continentes, e quando são importados com o dólar valorizado, isso evidencia forte variação para cima no mercado brasileiro, inclusive, de produtos básicos.

Segundo o professor e economista James Brito, com a alta do dólar todos os setores são afetados pelas oscilações da moeda estrangeira, uns mais, e outros menos. O setor de transporte, por exemplo, é altamente afetado, considerando que o combustível consumido no Brasil depende da política adotada pelo governo para gerenciar o consumo e a produção de combustível, que é com base no preço do barril de petróleo que é vinculado ao dólar também, apresentando a atual situação dos preços em alta no Brasil.

 “Alguns alimentos também têm seus preços afetados, como o arroz, macarrão, o pão que depende de insumos como o trigo, a soja, entre outros. Isso impacta diretamente no preço da cesta de consumo básica do brasileiro”, afirma James.

Algumas medidas podem ser adotadas pelo governo para tentar amenizar a alta do câmbio interno, entre elas, aumentar a taxa de juros da economia, fazendo com que investidores estrangeiros sejam atraídos pelo mercado financeiro e injetem mais dólar no mercado interno. Quanto mais dólar no mercado interno, mais a moeda tende a ficar mais barata, esse mecanismo entra nos conceitos de oferta e demanda.  Reduzir tributos do imposto sobre operações financeiras (IOF), pode ser outra saída para amenizar a alta da moeda estrangeira.

“Alta tributação, principalmente nas operações financeiras, encarece o dólar, isso tende à fuga de capital estrangeiro, reduzindo a quantidade de moeda no Brasil. O governo também, por meio do Banco Central, pode intervir nas operações de vendas de títulos que tem seu valor ligado ao valor do dólar, que funciona como um mecanismo de proteção contra variações excessivas do câmbio”, pontua James.