O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) afirmou nesta terça-feira (1) que aqueles que pedem a ampliação do auxílio emergencial no Brasil devem “ir no banco e fazer empréstimo”. A declaração ocorreu na saída do Palácio da Alvorada, em conversa com simpatizantes, e foi transmitida por um site bolsonarista.
“Qual pais do mundo fez um projeto igual ao nosso, num momento de crise, que foi o auxílio emergencial? Nós gastamos em 2020 com o auxílio emergencial o equivalente a 10 anos de Bolsa Família. E tem gente criticando ainda falando que quer mais. Como é endividamento por parte do governo, quem quer mais é só ir no banco e fazer empréstimo”, disse o presidente.
“Sabemos da situação difícil que se encontra a população, que perdeu o emprego. Não por culpa do presidente, eu não obriguei ninguém a ficar em casa, não fechei comércio e por consequência não destruí emprego”, acrescentou.
A atual rodada do auxílio será encerrada em julho. O benefício varia de acordo com a composição da família, sendo que as parcelas vão de R$ 150 a R$ 375 por mês. Os valores pagos neste ano são inferiores aos desembolsados em 2020, quando vigorou um auxílio de R$ 600 durante cinco parcelas e de R$ 300 em quatro.
O governo tem sido cobrado pela extensão do programa social e o tema foi pauta de manifestações recentes contra o presidente Bolsonaro.
Também esta terça, Bolsonaro reconheceu que o Brasil atravessa um problema de inflação nos alimentos.
“Estamos com problema de inflação em especial na alimentação. O arroz subiu de preço, o milho está subindo agora, [o que] influencia diretamente no preço do ovo e da galinha”, disse Bolsonaro, durante cerimônia de anúncio de patrocínios da Caixa a modalidades esportivas, realizada no Palácio do Planalto.
Ele disse ainda que os valores atuais da gasolina –”acima de R$ 6 o litro em alguns estados”– “não têm cabimento” e que isso impacta no preço dos alimentos.
“Não seguiremos o exemplo da Argentina, que há poucos dias proibiu por 30 dias a exportação de carne para baixar o preço para o povo poder se alimentar com carne mais barata. Essa intromissão no mercado leva no curtíssimo prazo ao desabastecimento”.
“Nós aqui fazemos o contrário, investimos na produção. É o livre mercado, essa é a maneira de buscarmos soluções para os nossos problemas. Tenho certeza que dessa forma diminuiremos o preço da alimentação, que considero que está alto. Produzindo mais, e não interferindo no mercado”, declarou.
Em seguida, Bolsonaro voltou a criticar governadores que, segundo ele, não permitiram a redução nos preços dos combustíveis quando o governo federal zerou, por dois meses, impostos federais sobre combustíveis.
Fonte: Folhapress