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Dia da Mulher Advogada: representação feminina como ferramenta para garantir equidade de direitos e oportunidades entre os gêneros

Nesta quarta-feira (15) é celebrado o Dia da Mulher Advogada. A data é emblemática para a advocacia brasileira, pois busca exaltar o protagonismo feminino e levantar uma reflexão sobre a desigualdade de gênero.

Pelo país afora, existem milhares de exemplos de mulheres admiráveis que, em sua geração, foram capazes de contribuir e transformar a advocacia como conhecemos na atualidade.

Em 1898, Myrthes Gomes de Campos, bacharelou-se em Direito, tornando-se a primeira mulher a atuar como advogada em terras tupiniquins.

Esperança Garcia, uma mulher preta escravizada e que viveu no século XVIII, foi reconhecida em 2019 como a primeira advogada do Piauí, título conferido pela Ordem dos Advogados do Brasil, Seccional Piauí.

As duas mulheres supracitadas tiveram jornadas difíceis e peculiares, mas serviram para dar dianteira às oportunidades que viriam depois e beneficiar tantas outras mulheres. Para a advogada trabalhista e mestranda em Direito pela Universidade Federal do Piauí, Larissa Reis Ferreira, a data é importante porque evidencia a necessidade da busca por representação feminina.

Marca tal representação como bandeira para a busca por isonomia de direitos e oportunidades entre os gêneros.

“O dia 15 de dezembro faz memória à primeira advogada brasileira e nos mostra que a luta por representação feminina está só no começo. Myrthes Gomes de Campos enfrentou com altivez o desafio de ocupar um espaço que era exclusivamente masculino e abriu nossos caminhos. Temos a responsabilidade de honrar o seu legado e de seguir buscando uma sociedade mais paritária com igualdade de oportunidades para todos”, ressaltou a advogada.

Eleger mais mulheres é uma atitude de grande importância para equilibrar a balança social. Segundo Larissa Reis Ferreira, há um longo caminho para as advogadas percorrerem, tendo em vista que a igualdade de oportunidades precisa avançar na sociedade, em especial, no judiciário.

“O Conselho Federal da OAB escolheu no início da semana dois representantes homens para o CNMP e havia até uma mulher piauiense na lista. A lista sêxtupla a ser enviada ao TRF-1 também foi formada na mesma oportunidade e há apenas uma mulher. A maioria das seccionais elegeu homens para representar a OAB”, destaca a advogada.

“Apesar do cenário, prefiro mirar nos avanços que as discussões de gênero nos impulsionam. Há de se ter esperança em dias melhores”. Finaliza com otimismo Larissa.

Fonte: Ascom