O Piauí alcançou no mês de Julho o terceiro melhor percentual do Nordeste e o terceiro melhor do Brasil em relação à testagem da população para a Covid-19. O dado faz parte da pesquisa PNAD Covid-19, divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que reúne informações sobre os impactos da pandemia em diversos setores da economia brasileira.
De acordo com o levantamento, o percentual de testes realizados no Piauí foi de 10,5% do total da população, entre o início da pandemia e o mês de julho. O Estado ficou atrás apenas do Distrito Federal, que testou 16,7% da população; e do Amapá, que registrou o percentual de 11%.
Dados oficiais do Boletim epidemiológico, divulgado pela Secretaria de Estado da Saúde (Sesapi), o estado já registrou a realização de 254.366 testes para identificação do Coronavírus.
Na avaliação do secretário de Saúde, Florentino Neto, destaca que os resultados da pesquisa comprovam o empenho realizado pelo estado do Piauí para localizar a doença e realizar o tratamento de forma precoce.
“Nós testamos 10.5% da nossa população, enquanto a média nacional se apresentam em uma porcentagem de 6,3%. Apenas dois estados nos ultrapassaram em número de testagem do Piauí e isso comprova as providência que tomamos para o enfrentamento da COVID-19, nos deixando em uma realidade diferencial de vários outros estados”, disse o Secretário.
Em todo Brasil, cerca de 13,3 milhões de pessoas (6,3% da população) realizaram algum teste para diagnóstico da Covid-19 até julho. Desse total, 2,7 milhões (20,4%) testaram positivo para a doença causada pelo novo coronavírus.
Sintomas
O mês de Julho também registrou queda no percentual de pessoas que informaram ter tido algum sintoma relacionado a síndromes gripais no Piauí. O valor, que se manteve estável entre maio e junho (5,6%), caiu para 4,9% em julho. De acordo com a pesquisa, apenas o Rio de Janeiro (3,8%) teve percentual menor que o Piauí.
A queda foi verificada em todo o país, onde 11,4% da população havia relatado algum sintoma em maio, indo a 7,3% em junho e chegando a 6,5% em julho.
Neste aspecto, a pesquisa não trata de diagnósticos médicos, mas apenas de informações relatadas pelas próprias pessoas. Os 12 sintomas relacionados à síndrome gripal são: febre, tosse, dor de garganta, dificuldade para respirar, dor de cabeça, dor no peito, náusea, nariz entupido ou escorrendo, fadiga, dor nos olhos, perda de olfato ou paladar e dor muscular.
Em contrapartida, aumentou o percentual de pessoas que tiveram sintomas e procuraram atendimento médico: o número era de 19,9% em maio, passou a 20,6% em junho e alcançou 35,1% em julho. Ainda assim, a maioria das pessoas que tiveram algum sintoma de síndrome gripal no Piauí não procuraram atendimento de saúde em julho (64,9%).
A PNAD COVID19 construiu um indicador síntese que conjugou, entre os sintomas investigados, os mais associados à Covid-19. Foram considerados como conjunto de sintomas: perda de cheiro ou de sabor; tosse, febre e dificuldade para respirar; febre, tosse e dor no peito.
Quanto aos sintomas conjugados, houve aumento no Piauí. Em maio, cerca de 0,5% da população havia relatado sintomas conjugados de síndrome gripal no Estado. O valor subiu para 1% em junho e chegou a 1,1% em julho.
O percentual dos que procuram atendimento de saúde é maior entre aqueles com sintomas conjugados de síndrome gripal. Cerca de 66,3% destes procuraram atendimento em julho, valor que também cresceu em relação aos meses anteriores: 47,9% em maio e 46,3% em junho.
Medidas de distanciamento
Dados da PNAD COVID19 também revelam que 99,2% da população piauiense adotou alguma medida de restrição de contato em julho. Quase metade dos habitantes (46,5%) afirmaram que ficaram em casa e só saíram por necessidades básicas, cerca de 31,1% ficaram rigorosamente isolados e 21,4% reduziram o contato, mas continuaram saindo de casa e/ou recebendo visitas. Apenas 0,8% da população disseram não ter feito nenhum tipo de restrição.
No Brasil, a proporção foi semelhante: cerca de 98% da população brasileira afirmou ter adotado alguma medida de restrição de contato. Aqueles que afirmaram terem ficado em casa e só saído por necessidades básicas foram 43,6%, já os que reduziram o contato, mas continuaram saindo de casa e/ou recebendo visitas foram 30,5% e aqueles que ficaram rigorosamente isolados foram 23,3%. Apenas 2% não tomaram nenhum tipo de medida de restrição de contato.
Natanael Souza (Com informações do IBGE)
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