Por Gessyka Santos
Estagiária/ Uespi
“O significado do Corpus Christi quer dizer o Corpo de Cristo. Essa celebração acontece em homenagem ao sacramento da eucaristia, realizada como forma de relembrar a morte e a ressurreição de Jesus Cristo”, relata Welma Meneses, membro da paróquia de São Francisco de Assis no bairro Junco.
Welma é neta dos fundadores da paróquia de São Francisco de Assis, seus avós: Dona Anísia e seu Zezé eram catequistas, seu avô era pedreiro e com sua profissão ajudou a levantar o salão paroquial de sua igreja local.
Com suas participações ativas eles envolveram todos os seus filhos e netos na igreja, que cresceram sendo parte dos jovens e de todos os outros movimentos importantes dentro da congregação, assim como Welma, realizando a primeira eucaristia e a catequese.
Por anos, Welma foi coordenadora no centro catequese do bairro Junco, e depois de casada, juntamente com seu esposo, passou a fazer parte da pastoral dos casais paroquianos, que é o movimento ECC: Encontro de Casais com Cristo. E até hoje são participativos e ativos nos trabalhos da igreja.
Segundo Welma, o sacramento possui dois grandes símbolos, o pão, representando o corpo de Cristo e o vinho que representa seu sangue, sempre celebrado nas quintas-feiras, para lembrar a última ceia que Jesus realizou com seus apóstolos. Corpus Christi se dá 60 dias após a páscoa.
“A eucaristia é o ápice da nossa vida, é o nosso alimento. É Jesus Cristo vivo dentro de nós. Da vida eterna, um alimento que nos dá forças para seguir, para caminhar, para viver, para amar e para ser bom com toda comunidade e com os irmãos”, se expressa Welma.
Corpus Christi é uma expressão que vem do antigo Latim. A celebração de Corpus Christi tem ao longo dos anos ultrapassado gerações, mantendo sua importância à fé dos fiéis. Essa celebração também carrega consigo o que envolve significativas tradições para os fiéis, uma delas é a tradição dos tapetes.
A ideia dos tapetes surgiu porque os fiéis acreditavam que Jesus estaria andando pelas ruas da cidade, sendo digno de uma recepção grandiosa. Essa tradição teve início em Portugal, no século XIII, e chegou aqui no Brasil através dos colonizadores, se espalhando rapidamente por todo território nacional.
As procissões que passam por tapetes coloridos com desenhos religiosos, são até os dias atuais um dos símbolos mais famosos do Corpus Christi. Imagens de Jesus, da santa hóstia, do cálice de vinho e tantas outras inspirações. Eles são moldados por diferentes tipos de técnicas, até mesmo elementos como serragem, grãos e borras de café.
Para Ana Karina, outra cristã católica praticante, a festa de Corpus Christi é uma das mais importantes dentro do calendário da igreja, assim como o nascimento, a morte e ressurreição de Jesus e o dia de pentecostes.
Ana descreve que essa celebração foi inspirada por uma freira belga, na França. Essa freira tinha várias visões e sonhos e neles se falava da importância de se criar uma festa para comemorar o sacramento da eucaristia, já que o corpo de cristo é um desses sacramentos da igreja.
Ana Karina Sampaio é professora e católica há 48 anos, batizada na Catedral pelo padre Alfredo da época, e hoje é o Bispo Diocesano de Parnaíba. Nascida em Paulistana, Ana Karina só veio para Picos com seus 12 anos de idade.
Ela conta que nas suas memórias de infância não lembra de ver os tapetes nas celebrações que aconteciam pela cidade, conseguindo ver somente na tv, diferentemente dos dias atuais que se pode observar a tradição dos tapetes nas ruas em homenagem ao corpo de cristo.
“A importância dessa festa é a homenagem, é ampliado o que todos os dias acontece na missa. Em todas as missas o corpo de Cristo se faz presente na transubstanciação, do corpo, que se transforma em pão e do sangue que se transforma em vinho”, ressalta Ana Karina.
“A eucaristia significa partilha, doação, entrega, é um momento em que a fé fala mais alto e nós acreditamos que o corpo de Cristo se faz presente e revigora a nossa espiritualidade. O ponto mais alto da fé católica é a eucaristia, onde podemos comungar com Cristo, fazendo parte da ceia, partilhando, e essa partilha nos dá forças, nos enriquece, e nos dá a certeza do amor, da presença e das promessas de Cristo”, conclui Ana.
