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Coronavírus: pais trancam matrículas dos filhos pequenos e planejam colocá-los de novo nas escolas apenas em 2021

Gilciene e a filha Antonela. Foto: arquivo do entrevistado

A preocupação primordial com a saúde dos filhos pequenos e o medo do coronavírus tem motivado muitos pais a trancar as matrículas das crianças nas escolas até que a pandemia do coronavírus passe, o que não parece que vai acontecer ainda em 2020. Com isso, muitos tem planejado matriculá-los novamente apenas em 2021. Nós conversamos com alguns pais e mães sobre o assunto e observamos que o fato se verifica prioritariamente entre aqueles cujos filhos estavam na pré-escola, ainda iniciando nas primeiras letras.

Desde o início da crise, as aulas presenciais foram suspensas por determinação do governador Wellington Dias (PT). Isso motivou muitas escolas a adotarem aulas online, utilizando as ferramentas digitais, mas manter crianças em frente a um computador ou televisão para assistir aulas não parece tarefa fácil.

A jornalista Gilciene de Carvalho Monteiro, mãe da Maria Antonela Monteiro Santiago, que tem três anos, informou que matriculou a sua filha na pré-escola quando ela ainda tinha dois anos e meio. O objetivo principal era fazer com que a pequena se socializasse com outras crianças da mesma faixa etária, fator fundamental para um bom desenvolvimento humano.

Gilciene disse que nas primeiras semanas percebeu o progresso da filha, mostrando como é importante estar na escola, mas aí veio a pandemia do coronavírus, e o medo e senso de proteção falaram mais alto. “Veio essa pandemia para mudar a rotina de todo mundo, e com os pequenos não foi diferente; eu estive dois meses com ela em casa e resolvi tirá-la por não ter segurança, mesmo que as aulas normais voltem, eu comecei a me questionar se seria seguro para ela, se estaria livre de contrair esse vírus”, comentou.

Antonela fazendo execícios em casa. Foto: arquivo da família

Gilciene informou que a série cursada por Antonela não é obrigatória, daí que entendeu que retirar a filha da escolha nesse momento foi a melhor decisão. “De incertezas, de inseguranças, de não ter que expor ela a esse vírus, de cuidado mesmo e de zelo, nós sabemos que perdemos, pois se ela estivesse na escola já estaria bem mais desenvolvida”, comentou.

O mesmo pensamento vale para Aloísio Antônio Pinheiro Júnior, pai da pequena Isabelly Victoria Silva Pinheiro, de apenas três anos. Ele falou que matriculou a filha na escola para que ela pudesse se socializar com as outras crianças, mas a pandemia mudou isso. “Eu não vi mais necessidade dela permanecer no colégio, pois o real significado era ela entrar no colégio agora é ter interatividade social com outras crianças, e ela não teria isso, outras atividades com os professores e coleguinhas”, comentou.

Aloíso Pinheiro disse que priorizou a saúde da filha, seguindo as orientações das autoridades médicas e sanitárias para evitar o contágio do coronavírus. Ele afirmou que só vai matricular Isabelly Victória apenas a partir do próximo ano, torcendo para que a pandemia tenha sido controlada até lá ou que já se tenha uma vacina. “Por esse ano não temo prejudicar a vida escolar dela, mas espero que no próximo ano essa doença já tenha se estabilizado e dê certo matricular as crianças”, comentou.

Isabelly Victoria. Foto: arquivo da família

Ambos falaram sobre as aulas online, disponibilizadas pelas escolas, ressaltando a dificuldade em manter os pequenos concentrados no conteúdo em frente a um computador. Como dito no começo da matéria e ressaltado pelos entrevistados, a socialização era um dos principais motivos para terem matriculado os filhos.