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Confira a poesia “Meu Piauí” de Douglas Nunes

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Confira “Meu Piauí” de autoria do escritor, poeta, produtor e cineasta, Douglas Nunes, publicada aqui no Boletim do Sertão.

MEU PIAUÍ
Douglas Nunes

Eu vou contar coisas do meu sertão,
A terra em que nasci meu sítio, meu torrão;
Chão de meus pais, avós e ancestrais,
Onde há lindos versos à solidão.

Piauí a ti escrevo e prevejo
Meus sonhos de primavera,
Meu destino, meus amores
Que no meu peito agora impera.

Piauí, terra de toda gente,
de um povo acolhedor, isso são coisas naturais;
Teresina… Um progresso adjacente
e um rio que desliza em suaves estendais.

Luís Correa é a nossa Veneza,
Suas praias refletem a calma e o revérbero;
Parnaíba, então, cidade de incrível beleza,
é como se na Terra declinasse o Céu.

Embora reconheça à Floriano Cidade Luz,
A Princesa do Sul, suas flores,
A enamorada, sem dúvida, ardores,
É a Picos que me seduz!

Cidade de elevações e campinas,
Sua catedral é uma grande aquarela
onde o seu povo se sublima,
Picos é por demais bela!

De Corrente nosso povo acolhedor
Da cidade, do campo, das colinas e riachões
Porta de entrada das nascentes do Parnaíba;
Piauí de Norte a Sul se inspira nas canções!

Na cultura há muitos talentos…
Poetas e escritores que sopram ao vento…
Meninos e meninas desde tenra idade,
Inspira o arrebol e o entardecer na cidade!

Piauí de escritores e histórias sufocantes…
Sonetos e poemas que me deixa tolhido,
Repentistas e autores, o Piauí assiste
e persiste nas canções; eu fico embevecido!

Temos heróis e heroínas audaciosas,
A triste Endecha “Jovita, a heroína preciosa”
no teatro Quatro de Setembro,
Palco de um tempo que nos deixa.

Piauí, teu hino proclama
Estrofes de tirar o fôlego,
Mas a lembrança de dois exploradores
Dá-me tristeza e dores!

De Campo Maior o clamor da integridade
o chamado dos nossos irmãos e irmãs,
De nossos valentes combatentes
Que morreram pela nossa liberdade!

Na canícula de seu clima entre pedras albentes,
Entre serrarias, carnaubais, campos e rios,
o Piauí é uma terra de esplendores,
Quem longe está voa à sua terra distante.

O héspero ilumina palidamente e derrama
Seu luzeiro nas colinas, rios e enrama,
Fascinado sigo em frente, peito aberto — livre atitude,
Sentindo a aragem e as noções da juventude.

Ainda na cultura, uma plêiade de valores,
Nas tertúlias mesclam-se trovadores,
Autores e escritores do cultivo das artes;
São rios de poesias em belas páginas.

Como esquecer Torquato Neto,
Ou A. Tito Filho, poetas de vanguarda que vem,
Como todos os demais, desfile de autores
e de valores aqui sobrevém.

Terra querida, já estou rouco de cantar
Ao vexilo que agita qual ave na aurora pálida!
Seu pendão no pavilhão ao sabor da aura cálida,
Adjacente, entre os picos de meu doce lar.

Do meu Piauí já falei em constância
do folclore que surge em abundância;
Falei da literatura, dos causos, lendas e simpatias
Da harmonia dos provérbios, brocardos e mitos…

Do cordel, embolada e folguedos de noite e de dia,
Das crendices, figuras populares e repentes.
Os costumes e tradições da sabedoria popular,
Essa é a cultura que manifesta em toda gente!

A cultura de poesias de canção,
Alguns pelo folclore que nos acalma;
Outros, o homem regional, eis a indagação,
Este é o meu torrão, veja, leia, estude, explore!

Se acaso eu morrer no meu retiro,
Peço a Deus a ventura de meu vergel,
Ter um lírio do campo em folhas lineares,
Ornando o campo santo de meu céu.