Por: Dayanne Borges
Localizado no bairro Ipueiras, o Centro de Atenção Psicossocial (CAPS II) realiza consultas, oferta medicamentos e dispõe de diversas terapias para os usuários do centro. A enfermeira e coordenadora do CAPS II, Aurelândia Leal, explica o funcionamento dos serviços: “A chegada do paciente de Picos no CAPS pode ser de forma espontânea ou encaminhada, o paciente de outros municípios precisam de encaminhamento. Após a chegada, o paciente passa por uma triagem multiprofissional com enfermeiros, psicólogos, assistentes sociais, terapeutas ocupacionais e psicopedagogos e é encaminhado para a consulta psiquiátrica com o médico”
Robson Dias, psicólogo que atende no CAPS II, relata como o Centro de Atenção Psicossocial colabora para a luta antimanicomial: “o principal objetivo do CAPS é justamente fazer essa reinserção social do usuário, que ele possa voltar a ser reinserido nos espaços comunitários, é importante que ele faça o tratamento dele, mas também que ele tenha acesso ao trabalho ou à escola, porque isso vai facilitar o tratamento do usuário dentro desse contexto de reinserção social.
Familiar de usuário do CAPS revela o impacto positivo do tratamento do centro. Maria Luzinete afirma que o irmão foi internado mais de 20 vezes em manicômio e durante as visitas era perceptível que o irmão não estava bem, “parecia um zumbi”, exemplifica sobre o uso de medicamentos fortes. As outras alternativas de tratamentos também chocava a família: “eles utilizam choques e banhos gelados, era desumano”, conta.
Francisco das Chagas, 27 anos, é estudante de História da Universidade Federal do Piauí (UFPI) e usuário do CAPS II. Ele chegou até o CAPS por meio de um professor da universidade que percebeu que o universitário precisava de ajuda. Francisco diz que o Centro de Atendimento tem contribuído principalmente na área medicamentosa e de terapia para lidar com as crises oriundas do transtorno de personalidade borderline. Francisco destaca também a importância do CAPS: “o tratamento psicológico é muito caro e contínuo e aqui no CAPS, temos uma gama de profissionais que nos auxiliam nessas questões, se fossemos fazer esse tratamento particular não teríamos como dispor de todos esses profissionais ao mesmo tempo. Muitas vezes, os pacientes não têm como comprar o medicamento, imagine pagar consultas para psiquiatras e psicólogos”.
Fabricia Dantas, enfermeira do CAPS, comentou sobre a ação realizada no CAPS II, neste dia 18 de maio, em alusão ao dia da Luta Antimanicomial: “decidimos fazer uma roda de conversa com os profissionais da Rede de Atenção Psicossocial (RAPS), visando envolver todos e principalmente escutar as vivências dos profissionais, as dificuldades encontras na realidade de cuidar dos pacientes mentais” A enfermeira frisou que esse momento de partilha e de conhecimento é importante para levantar soluções para os problemas encontrados e também proporcionar o aprimoramento do cuidado dos pacientes de saúde mental.
CCOM – PMP