Ao menos 800 pessoas morreram pelo novo coronavírus no Brasil, de acordo com dados do Ministério da Saúde divulgados nesta quarta-feira (8). Foram registradas 133 novas mortes nas últimas 24 horas, alta de 20%.
O país soma 15.927 casos confirmados da doença. No dia anterior, eram 13.717 –a alta foi de 16%.
O ministério, porém, tem informado que o número real de casos tende a ser maior, já que são testados apenas os casos graves, de pacientes internados em hospitais, e há casos represados à espera de confirmação.
São Paulo, o estado mais populoso, continua sendo o mais atingido pelo novo coronavírus.
Seguindo boletim do Ministério da Saúde divulgado no sábado (4), a transmissão no país está em fase inicial, mas a alta incidência de casos em quatro estados (São Paulo, Rio de Janeiro, Ceará e Amazonas) e no Distrito Federal já indica uma transição para fase de aceleração descontrolada nesses locais.
No documento, pasta faz uma revisão da trajetória do vírus e reconhece gargalos diante de uma possível fase aguda da epidemia, como a falta de testes e leitos suficientes.
Das 549 mortes já investigadas, 78% eram de pessoas acima de 60 anos. Há, porém, vítimas mais novas: 86 pessoas com idade entre 40 e 59 anos e outras 31, de 20 a 39, também morreram pela doença.
A maioria (76%) tinha pelo menos algum outro fator de risco, como cardiopatia e diabetes. Segundo a pasta, 34% das pessoas mortas tinham menos de 60 anos e não apresentavam comorbidades.
Na terça (7), o boletim epidemiológico divulgado pelo Ministério da Saúde reforçou a “necessidade de isolamento social” para o preparo da rede de saúde pública. A orientação vai contra o que tem pregado Bolsonaro, que defendeu isolamento apenas dos mais velhos.
“Qualquer medida de relaxamento não será possível sem o preparo da rede de atenção à população”, diz o texto.
“Se fizermos distanciamento social ampliado teremos uma curva [no gráfico de casos] mais baixa porque a circulação fica reduzida”, disse o secretário de Vigilância em Saúde do ministério, Wanderson Oliveira, nesta terça.
PAULO SALDAÑA E RENATO MACHADO
BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS)