O Botafogo confirmou sua vaga nas oitavas de final da Copa do Brasil ao empatar sem gols com o Vasco, nesta quarta-feira à noite, mesmo atuando em São Januário. A vantagem tinha sido garantida no primeiro jogo, na semana passada, no Engenhão, com a vitória botafoguense por 1 a 0. O Vasco precisava devolver o placar para tentar a vaga nos pênaltis ou ganhar por dois gols de diferença para avançar nos 90 minutos.
Antes do início do Clássico da Amizade, disputado há 97 anos, cada clube já tinha garantido na competição R$ 5,9 milhões e agora o Botafogo assegurou mais R$ 2,6 milhões de premiação por chegar às oitavas. Este valor é suficiente para quitar uma folha de pagamento botafoguense, estimada em R$ 2 milhões. O adversário será definido em sorteio.
A expectativa do Vasco iniciar mais na frente, diante da necessidade da vitória, rapidamente acabou frustrada pela morosidade com que os dois times se movimentavam em campo. Sob comando do interino Thiago Kosloski, porque Ramon Menezes contraiu covid-19, o Vasco manteve o esquema com três atacantes, desta vez com Ribamar no lugar de Yago Catatau.
O Botafogo manteve seu esquema com três zagueiros e cinco homens no meio-campo. Uma formação que deu ao time o rótulo de campeão dos empates no Campeonato Brasileiro, com sete resultados iguais em dez jogos, com uma vitória e duas derrotas. E, desta vez, o empate serviria para levar a vaga.
O técnico Paulo Autuori só não contou com o atacante Luis Henrique que, à tarde, seguiu para a França onde vai acertar com o Olympique de Marselha. No ataque, estavam o marfinense Kalou e o garoto Matheus Babi, que marcou o gol do clássico anterior no Engenhão.
O time até começou se movimentando bem, aproveitando os espaços deixados pelo adversário na marcação. Mas depois valorizou a posse de bola. Os dois goleiros tiveram vida mansa nos primeiros 45 minutos, além de reposições de bolas e tiros de meta.
Rigorosamente só aconteceram dois chutes a gol a favor do Vasco. Aos 37, mesmo de longe, o vascaíno Andrey arriscou o chute forte e Gatito Fernández saltou e mandou para escanteio. Depois, aos 44, Cano chutou de fora da área e Gatito Fernández caiu do lado esquerdo e encaixou sem dar rebote.
O Vasco voltou mudado para o segundo tempo. Na frente, saiu o apagado Ribamar para a entrada de Vinícius e, no meio-campo, Marcos Júnior ocupou a vaga de Fellipe Bastos, deixando o setor mais leve.
Como esperado, as mudanças deixaram deram mais mobilidade ao Vasco. Diante da pressão, o Botafogo se fechou atrás com duas linhas de marcação. Mas não finalizou. Aos 10 minutos, Benítez arriscou de fora da área e a bola passou perto do travessão.
Como era lento para sair da defesa e errava muitos passes, o Botafogo não chegava na frente em condições de finalizar a gol. O melhor, neste caso, foi mesmo segurar o resultado que valia vaga. Deu certo diante de um Vasco sem força e ineficiente.
Aos 36, houve cenas de rivalidade em troca de empurrões entre Marcelo Benevenuto em cima de Benítez. Ao fim da confusão geral, os dois receberam o cartão amarelo. Apesar da pressão final vascaína, não houve mais nenhum chute a gol. Foram oito minutos de acréscimos e, nos últimos lances, até o goleiro Fernando Miguel foi ao ataque.
Pelo Brasileirão, os rivais voltam a campo no próximo domingo. O Vasco vai receber em São Januário o Red Bull Bragantino, às 11 horas. O Botafogo vai até Goiânia enfrentar o Atlético-GO, a partir das 18h15.
Fonte: Estadão Conteúdo