Wanantha Borges/Estagiária
O estudante de Ciências Contáveis (URSA), Álvaro Gonçalves Bezerra de Lima, 17 anos, passou a se interessar pelo mundo dos investimentos muito cedo. Apesar da pouca idade, ainda no ano de 2015 ele relata que começou a estudar o tema, passando a realizar as primeiras aplicações financeiras nesse ano de 2020. O trabalho começou quando o acadêmico foi aprovado em um teste para trabalhar na Euroinvest, que é uma empresa com sede no Rio de Janeiro que contrata pessoas (traders) para realizarem operações com o seu capital.
Álvaro não considera o trabalho complexo, porém de grande responsabilidade. “Considero um trabalho duro como qualquer outro que demanda muitas horas de estudo, treino e prática. Todavia, muitos traders e investidores de longo prazo não conseguem se manter no longo prazo devido a falta de disciplina e gerenciamento de risco. Em períodos de imediatismo muitos traders e investidores querem resultados imediatos, sendo que anos são requeridos para ter sucesso nessa profissão”, relatou.
De acordo com Álvaro, a atual crise provocada pela pandemia do coronavírus que assola o mundo fez com que muitos investidores resgatassem o capital de seus fundos de investimento ou vendessem as aplicações, o que levou a uma queda no preço das ações de várias empresas e pânico no mercado financeiro.
Seu trabalho consiste em identificar possíveis variações nos preços e entrar a favor desses movimentos, seja em momentos de alta ou baixa. “Ao contrário dos investidores de longo prazo que compram uma ação pensando no recebimento de dividendos ao longo de 5 a 10 anos, realizo operações de minutos e até segundos me aproveitando da variação que grandes fundos de pensão, bancos, importadores e exportadores causam no mercado cambial. Diferentemente do que muitos imaginam, eu não acompanho ações, mas sim contratos futuros seja de Dólar ou Índice Bovespa, que é uma classe de ativo diferente, mas que está inserida no Mercado Financeiro e de Capitais”, comenta.
Quando se trata de investimento na bolsa de valores, logo vem a palavra “risco”. O investidor explica que há uma variação de acordo com a estratégia adotada por quem está fazendo operações financeiras.
“Os riscos desse mercado são variados, e acontecem de acordo com a estratégia que a pessoa adota para si. Para quem tem um viés de curtíssimo prazo como eu, breaking news e intervenções do Banco Central no câmbio impactam bastante. Já para os investidores que utilizam uma análise fundamentalista na escolha de ações para o portfólio, os riscos são os mais diversos, podendo ser um risco sistêmico como uma crise política que impacta o preço de todas as ações independente do setor ou um risco não sistêmico como o risco de falência”.
Quanto ao momento vivido pelo mundo, com a economia estagnada, Álvaro diz que só há incertezas. Estas persistirão, dependendo é claro, do avanço ou controle da pandemia. Se os investimentos na bolsa já requerem cuidado, agora mais do que nunca as possibilidades devem ser avaliadas.
“O cenário atual nesse período de pandemia é de extrema volatilidade e de muita incerteza sobre os possíveis desdobramentos da quarentena. Muitos ativos de risco atualmente encontram-se sobrevalorizados frente aos seus resultados deste modo investir aos poucos e com uma reserva de caixa maior é algo prudente a se fazer”, destaca Álvaro.
E para aqueles que desejam seguir nesse nessa área, Álvaro recomenda que o primeiro passo é entender os próprios objetivos e depois entender qual o seu perfil de investidor.
“Os perfis variam muito de pessoa para pessoa e é importantíssimo saber qual é o seu antes de começar, antes de começarmos um projeto é sempre bom planejar, e na internet achamos vários sites que nos auxiliam. Assim, como antes de construirmos uma casa vamos ao engenheiro ou arquiteto para ele nos auxiliar, deste modo, destaco aqui a importância do assessor de investimentos ele é o profissional ideal para te ajudar. Já para os pequenos investidores achamos materiais gratuitos e de grande qualidade além de fundos de investimentos bem acessíveis”.
