Como é de conhecimento geral, não existe na Bíblia uma data que especifique o nascimento de Jesus Cristo, importa antes de tudo o seu nascimento e a crença que as pessoas têm Nele. Mas no início da Era Cristã, nos primeiros séculos, os seguidores de Cristo sentiram a necessidade de estabelecer uma data para simbolizar o seu nascimento. Até então, as principais celebrações desses devotos diziam respeito ao martírio e ressurreição de Jesus.
Foi então que os cristãos escolheram uma data comemorada em Roma há séculos, chamada de o Festival do Sol Invicto, ou o solstício de inverno, que celebrava o deus Mitra. Essa data simbolizava a noite mais longa do ano no hemisfério norte, 25 de dezembro, e tinha por objetivo celebrar o nascimento do sol esperando uma boa colheita.
Ao proporem a data para a Igreja que se organizava e hierarquizava, os cristãos receberam o aval, e o 25 de dezembro passou a ser voltado para o nascimento de Jesus Cristo, o Salvador. Destaca-se que a prática de reuniões familiares, com trocas de presentes e a realização de ceias, já existia quando a data se referia ao Sol Invicto. Essas tradições permaneceram, como bem sabemos.
Mas como a celebração voltada para Jesus Cristo substituiu a comemoração em favor do deus Mitra? É simples. O Cristianismo era a religião que mais crescia em todo o Império Romano. Nascida na Palestina, essa fé contou com o trabalho de missionários que a difundiram por todo o Mediterrâneo e além. Aonde ela chegava, as pessoas se convertiam.
Por ser uma religião inclusiva e que oferecia conforto a quem a praticava, independente do gênero ou status social, o Cristianismo cresceu. Com isso, Mitra virou história.
Curiosamente, mesmo que o Império romano tenha caído em 476 d.C, segundo a historiografia oficial, a influência de Roma sobre o mundo ocidental ainda se faz sentir através da Igreja Católica, sem esquecer que Jesus Cristo é a principal divindade em duas outras vertentes: o Catolicismo Ortodoxo e o Cristianismo Protestante.
Quanto ao Natal, a celebração também foi agregando elementos de outras culturas, como a árvore e o Papai Noel. Hoje, muitos questionam a exaltação em torno da figura do “bom velhinho”, mas a data persiste e se mantém repleta de significado, independente de como tenha nascido.
