Governadores têm encontro marcado nesta terça-feira (8) com o ministro Eduardo Pazuello (Saúde). A expectativa deles é que o Governo Federal anuncie o compromisso de adotar múltiplas vacinas na imunização da população contra a Covid-19.
Até o momento, o Ministério da Saúde tem apostado na vacina produzida pelo laboratório AstraZeneca, a ser fabricado na Fiocruz. Mas a perspectiva é a de que o imunizante só fique pronto em março.
João Doria (PSDB-SP) anunciou que deve começar em janeiro a vacinação da coronavac, produzida pela chinesa Sinopec no Instituto Butantan. Nesta semana, o Reino Unido inicia a imunização em massa com a americana Pfizer.
Diante do avanço em outras frentes, os governadores pressionam Pazuello a comprar vacinas de outros laboratórios, o que é alvo de resistência de Jair Bolsonaro, que já declarou que o Brasil não compraria a vacina chinesa.
No fim de semana, os conselhos de secretários estaduais e municipais de saúde divulgaram uma carta aberta, em que defendem que todas vacinas que tenham segurança e eficácia devem ser empregadas e que o governo deve comandar a organização para a compra de materiais e a estratégia de vacinação.
“A falta de coordenação nacional, a eventual adoção de diferentes cronogramas e grupos prioritários para a vacinação nos diversos estados são preocupantes, pois gerariam iniquidade entre os cidadãos das unidades da federação, além de dificultar ações nacionais de comunicação e organização da farmacovigilância”, diz a carta.
O governador do Piauí, Welllington Dias, presidente do Consórcio Nordeste, enfatiza que a meta de todos os governadores e prefeitos municipais é salvar vidas e esse propósito está acima de questões partidárias.
“Claramente, o que queremos nós governadores do Brasil inteiro e também dos municípios é salvar vidas acima das disputas partidárias. Se uma vacina é aprovada pela agência reguladora, é segura, é eficiente, evita Covid-19, essa á boa vacina. Queremos múltiplas vacinas. Quanto mais laboratórios trabalhando a produção de vacina, mais cedo nós saímos da crise da pandemia da Covid-19 e saímos também da crise econômica, de desemprego, dessa situação indefinida do Brasil. Portanto, o que desejemos dessa reunião com o ministro Pazuello é uma proposta concreta. Múltiplas vacinas no plano nacional de imunização e um plano estratégico para que, no máximo, até julho, sair dessa crise”, disse Wellington Dias.
COM INFORMAÇÕES FÁBIO ZANINI
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS)