Qualquer time do Campeonato Brasileiro gostaria de ter um centroavante como Pedro em seu comando de ataque. Bom pelo alto, ágil com a bola nos pés, goleador e reserva de luxo de Gabriel Barbosa no Flamengo. Até quando? Nesta quarta-feira, ele marcou duas vezes, garantiu os 3 a 0 sobre o Sport e colocou o atual campeão de vez na briga pela liderança do Brasileirão.
Pelo quinto jogo seguido, Pedro deixou sua marca. Está aproveitando bem a ausência de Gabriel machucado. Já são 14 gols no ano e, o melhor, com boas apresentações. O técnico Domenèc Torrent, que voltou a dirigir o time no campo, terá dor de cabeça em breve. Como tirar o atual goleador da equipe com a volta de Gabigol? A alternativa é escalá-los juntos. Bruno Henrique, dono das duas assistências para Pedro, também cresceu. O catalão teria de usar um trio ofensivo.
O problema ficaria para o meio-campo. Sobrariam apenas três vagas para muita gente. Arrascaeta, destaque nos últimos jogos e desfalque nesta quarta-feira por causa das Eliminatórias, e Éverton Ribeiro são intocáveis. Gerson cresceu bastante e se faz necessário um volante de contenção.
O Flamengo desencantou sob o comando de Pedro e Gabigol pode ser sacrificado. Se ficou bravo na primeira vez que isso aconteceu, não teria argumento com o atual momento de Pedro.
Domenèc pode voltar a usar rodízio para não desagradar ninguém. Mas vai curtir a boa vitória diante de um rival duro antes de decidir a próxima escalação. O Flamengo foi aos 24 pontos graças a um segundo tempo imponente, avisando à concorrência que brigará pelo bicampeonato.
Antes do jogo desta quarta-feira, a diretoria anunciou a renovação de contrato do zagueiro Natan até dezembro de 2024. Negocia, agora, a ampliação do vínculo de Matheuzinho e do goleiro Diego Alves. Os dirigentes ainda conseguiram a liberação do lateral-direito Isla da seleção chilena.
Assim como diante do Athletico-PR, o Flamengo pouco produziu na primeira etapa. Se na rodada passada o primeiro tempo foi paranaense, nesta quarta-feira quem mandou na etapa inicial foram os pernambucanos.
Marquinhos, logo aos 3 minutos, teve oportunidade clara e mandou para o alto. Gustavo Henrique, novidade no time titular, desviou, salvando a pele de Arão, que errou na saída de jogo. Aos 22 foi a vez de Maidana cabecear para Marcão, também de cabeça, assustar. Patric ainda chegou no fim. O chute, porém…
O Flamengo sentia claramente a ausência de seus articuladores. Éverton Ribeiro está na seleção brasileira, e Arrascaeta, com o Uruguai. Diego teve a incumbência de levar o time ao ataque. Ganhou a faixa de capitão para erguer seu moral. Mas, sozinho, teve dificuldades. Até tentou cavar um pênalti, mas não “enganou” a arbitragem.
Os cariocas demoraram 27 minutos para finalizar com perigo. Pedro exigiu defesa acrobática de Lucas Polli. Foi o que o Flamengo conseguiu de melhor em 45 minutos sonolentos e sem brilho.
Contra o Atlhetico-PR a solução veio do banco de reservas. Éverton Ribeiro entrou e decidiu. Quem seria o “salvador da pátria” da vez? Michael aqueceu nos minutos finais do primeiro tempo.
Mas Domenèc resolveu não mexer. Nada de sacrificar alguém, mesmo com o time inteiro abaixo do esperado. Deu moral a quem começou e foi premiado aos 5 minutos. Boa trama, Isla cruzou, Bruno Henrique ajeitou de peito e Pedro bateu forte: 1 a 0. Foi o 13° gol do centroavante no ano, que balançou as redes nas últimas cinco partidas.
O Sport nem se recuperou do baque e foi vazado novamente. Diego cobrou escanteio e Gustavo Henrique cabeceou para ampliar. Só dava Flamengo, que chegou ao terceiro antes de 15 minutos, novamente com Bruno Henrique achando Pedro. O centroavante dominou no peito e empurrou por baixo.
O Sport que foi forte no primeiro tempo, não teve mais ânimo nem forças para reagir, parando nos 20 pontos. E o Flamengo apenas administrou a vantagem boa para festejar a sétima vitória no Brasileirão.
Por Fabio Hecico, especial para a AE
Estadão Conteúdo