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Psicólogos falam sobre os desafios da profissão no Brasil

Psicólogos Pedro Victor e Flávia Marcelly. Foto: arquivo dos entrevistados

Nesta quinta-feira, 27 de agosto, é comemorado o Dia do Psicólogo. Sobre o assunto conversamos com dois profissionais da área que falaram sobre os desafios e também sobre a visão que as pessoas têm de uma forma geral sobre a necessidade de fazer terapia, de receber um acompanhamento especializado, especialmente na nossa época marcada por situações de vida desafiadoras.

O psicólogo e professor da R.Sá, Pedro Victor Modesto Bati, declarou que a profissão possui muitos desafios no contexto da desigualdade social no Brasil, uma vez que a psicologia contribui não apenas com a saúde mental do indivíduo, mas também da coletividade. “E a relação que a psicologia tem com os processos de desigualdade social, violência, vulnerabilização, ainda temos muito a construir e a contribuir para a melhoria da qualidade de vida das pessoas”, declarou.

Pedro Victor falou que durante muito tempo as pessoas temiam procurar psicólogos, psiquiatras e psicanalistas, por medo de serem tratadas como “loucas”, mas o cenário tem mudado, pois a psicologia lida com o sofrimento humano e com a saúde mental. “Hoje se percebe uma maior divulgação sobre o autocuidado, sobre a questão do estres, do bem-estar, sobre como pode estar cuidando de si; ainda existe o estigma, mas ir a um profissional da saúde mental é um processo de prevenção”, declarou.

A psicóloga e professora da R.Sá, Flávia Marcelly, fala sobre os questionamentos feitos a psicologia desde a sua constituição, destacando ser uma ciência bem jovem. Ela enfatiza a importância do acompanhamento nessa época ímpar que a humanidade está vivendo. “É uma profissão necessária para o cuidado do indivíduo, se percebendo mais ainda nesse momento de pandemia, em que as pessoas estão mais vulneráveis”, frisou.

Flávia também falou sobre o pensamento antigo de que apenas pessoas com algum tipo de transtorno precisavam dos cuidados de um psicólogo, mas a realidade tem mudado.

“No entanto, o que se percebe é a necessidade que todos precisam desse acompanhamento psicoterapêutico justamente porque todos nós estamos propensos a uma transição, tristeza, período de ansiedade, e não somente para o tratamento de um transtorno específico, mas para o acompanhamento de questões particulares, para desabrochar, para se conhecer melhor”, explicou.