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Psicóloga discorre sobre a banalização do compartilhamento de imagens íntimas nas redes sociais

Psicóloga Anne Caroline

A pedido do Boletim do Sertão a psicóloga e professora da Faculdade R.Sá, Anne Caroline, discorreu, em um texto, sobre a banalização da troca e compartilhamento de imagens íntimas através das redes sociais. Prática cada vez mais comum na atualidade e que resulta em danos emotivos e sociais graves para quem é exposto.

Confira o texto da psicóloga.

De acordo com Chalfen, 2009 e Safernet, 2010), o Sexting é uma expressão que deriva do inglês, é a junção palavra sex (sexo) com texting (torpedo), é definido como a troca de mensagens de textos, fotos ou vídeos sexualmente sugestivo e/ou provocantes por intermédio de smartphone, internet ou redes sociais

Atualmente, a expressão que faz referência ao pedido de alguém para que o outro envie fotos sem roupa o “Manda Nudes” tem se popularizado nas redes sociais e entre os aplicativos (exemplos: Wathsapp, Snapchat, Tinder, entre outros), esse tipo de pedido é feito comumente em conversas particulares de uma pessoa para outra.

Diversos casos de sexting, principalmente especificamente o “sexting agravado”, que é compartilhamento de fotos com o objetivo de prejudicar alguém (Wolak, Finkelhor, & Mitchell, 2012; Calvert, 2013) são relatados pela ONG Safernet em seu canal o Helpline BR (http://new.safernet.org.br/helpline) de ajuda às vítimas. O número de casos é alarmante, sendo potencializado pelo uso inadequado e desenfreado dos artefatos tecnológicos. Qualquer pessoa que compartilhar sexts de outra pessoa sem autorização está sujeita a penalidades e pode ser legalmente responsabilizada. Da mesma forma, redes sociais e outros serviços online têm obrigação de remover esse tipo de conteúdo depois de terem sido notificadas

O comportamento de sexting entre adolescentes, jovens e adultos já vem sendo estudado internacionalmente e na maioria dos estudos está relacionado riscos para a saúde, e/ou danos psicológicos, físicos e sociais, ou seja, consequências negativas, no entanto, além de encontrar-se enveredado pelas perspectivas clínicas e jurídicas, estudos realizados como o de Baiocco, Pezzuti, & Chirumbolo, 2016 e  Rodríguez-Castro et al., 2017 tratam a respeito.

É importante que a pessoa que tenha tido os seus “nudes” expostos, que busque um acompanhamento psicológico, para cuidar dos danos psicológicos que possivelmente tenham sido causados.