A farmacêutica Vanessa Pinheiro de Araújo Santos, em entrevista ao Boletim do Sertão, falou sobre o grau de confiabilidade dos exames que detectam o coronavírus no organismo humano e o aumento na procura pela realização dos testes. Diretora e responsável técnica do Unilab – Laboratório de Análises Clínicas, localizado na Rua Coelho Rodrigues, Centro de Picos, ela informou que o exame mais utilizado no Piauí é o sorológico para detecção dos anticorpos IgG e IgM.
“O exame RT PCR é considerado padrão ouro para detecção do vírus, e consiste em isolar o material genético viral no caso de uma possível infecção. Esse exame (RT PCR) é utilizado para confirmação de resultados em testes sorológicos”, explicou.
Contudo, a farmacêutica salienta que é preciso respeitar o período denominado como “janela imunológica”, que é o templo levado pelo organismo para produzir anticorpos para combater um agente patógeno. Esse detalhe elimina uma das possibilidades de um resultado equivocado.
Formada em farmácia pela Faculdade Integral Diferencial (FACID), em 2015, Vanessa Araújo informa que viu a demanda pelo exame que identifica o coronavírus crescer consideravelmente nos últimos meses. “Muitas pessoas já têm nos procurado para realização do teste, que no momento estamos utilizando a metodologia de sorologia quantitativa”, informou.
Quando acontece de uma pessoa testar positivo para o coronavírus, o paciente é informado e orientado sobre os cuidados para não infectar outras pessoas, além da recomendação para procurar acompanhamento o médico.
Quanto aos motivos para a procura pelo exame laboratorial, a farmacêutica relata que a maioria são de pessoas que precisam de uma contraprova. Nesse caso, sempre o mais indicado é o exame realizado em laboratório. “A maioria não possui sintomas. A contraprova com testes rápidos não costuma ser indicada, pois a probabilidade do falso negativo se deve a janela imunológica, provavelmente o organismo ainda não produziu os anticorpos contra o vírus”, frisou.
Importância
Nessa época em que tanto se tem ressaltado a importância dos profissionais da saúde e das pessoas que exercem profissões essenciais, na “linha de frente” do enfrentamento ao coronavírus, Vanessa Araújo enfatiza que o papel do farmacêutico é fundamental.
“Tanto nas análises laboratoriais, com fins diagnósticos – realizando a própria triagem de pacientes infectados, até mesmo na realização de exames para verificar o paciente como um todo, pois já se sabe que há alterações em exames laboratoriais de rotina que podem ser indicativos de infecção pelo coronavírus em pacientes assintomáticos”, relatou.
Nas farmácias, esse profissional orienta os pacientes sobre a dosagem da medicação e os riscos que elas oferecem. “Também possui papel importantíssimo dentro das farmácias e drogarias, prestando orientação e atenção farmacêutica a pacientes que buscam medicamentos (que por enquanto, tem funções apenas paliativas já que ainda não há medicamento eficaz para a cura do coronavirus) na orientação quanto ao uso, dosagem e indicação de risco dessas drogas”, comentou.
Rotina
O trabalho do farmacêutico, especificando aqueles que se dedicam aos exames laboratoriais, é bem amplo e complexo. Vanessa Araújo fala um pouco da sua rotina.
“Trabalho com análise de materiais para exames simples de rotina (como bioquímica, hematologia, parasitologia, urinalises, função renal, hepática, hormonios…), até exames mais complexos, como por exemplo o exame toxicológico que desde 2015 passou a ser e exigido em caráter obrigatório para motoristas de categoria C, D e E”, relatou.
Dessa forma, o combate ao coronavírus conta com um profissional fundamental, como já dito nessa reportagem, cujo trabalho lança uma luz sobre o estado de saúde das pessoas, algo sempre relevante especialmente em uma época marcada por incertezas.
Unilab – Laboratório de Análises Clínicas
Rua coelho Rodrigues – 533 – Térreo
(89)99473-3598
