Os sindicatos que representam os trabalhadores da saúde no Piauí [exceto médicos] decidiram cumprir decisão judicial e suspender a greve da categoria. A ilegalidade do movimento foi decretada pelo desembargador Brandão de Carvalho no mesmo dia em que a paralisação iniciou, na última quinta-feira (25).
O desembargador determinou que os trabalhadores cumpram integralmente, sem qualquer restrição, o dever legal de exercer as atividades próprias dos cargos que ocupam, e suspendam o movimento. Caso não cumpram a decisão judicial, os sindicatos estão passíveis de multa diária no valor de R$ 10.000,00,
Em nota, o Sindicato dos Empregados em Estabelecimentos de Saúde do Estado do Piauí (Sindespi) e o Sindicato dos Enfermeiros, Auxiliares e Técnicos em Enfermagem (Senatepi) lamentam o “descaso e a irresponsabilidade dos Gestores da Saúde Estadual, para com os servidores da saúde”.
“E manifestamos descontentamento com a atitude de membros do Poder Judiciário, sempre céleres, no atendimento das demandas do Governo, mas condescendentes, com os descumprimentos de suas próprias decisões, quando elas favorecem os trabalhadores. Informamos, por fim, que a mobilização e a luta continuarão na busca da efetivação dos direitos de todos e todas”, diz comunicado assinado por Geane Sousa e Erick Riccely.
Entre as pautas principais, as categorias pedem o pagamento de insalubridade de 40% e melhoria dos Equipamentos de Proteção Individual da área não Covid-19. “Queremos qualidade e quantidade dos EPI’s de trabalho. Os maiores contaminados são da fora da área Covid. Faltam equipamentos de qualidade. Queremos 40% de insalubridade para todos. Não deve ser só para o setor covid”, destacou Geane Sousa.
Os profissionais denunciam que em todo o Piaui 400 profissionais da enfermagem já foram contaminados com a Covid-19.
“Em todo o Piauí o número oficial é de 400 profissionais. Mas sabemos que é bem mais. Existem aqueles que nem o teste conseguem fazer. E eles entram de licença e passam a receber metade do salário porque eles perdem as gratificações. É uma situação muito delicada desses profissionais”, afirma Erick.
Izabella Pimentel
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