A coordenadora de Direitos Humanos de Picos, Jovanna Cardoso, destacou, em entrevista ao Boletim do Sertão, que aqui na cidade ainda há muito preconceito contra LGBTs, contudo, isso acontece de forma velada, uma vez que muitas pessas afirmam serem inclusivas, mas o que é visto na sociedade mostra algo diferente. Neste domingo, 17 de Maio, comemora-se o Dia Internacional contra a Homofobia, e também o Dia Municipal, cuja aprovação da data se deu na gestão do ex-prefeito Kléber Eulálio.
“Picos é uma cidade em que o preconceito que acontece aqui é o pior de todos, pois as pessoas assumem publicamente que não tem preconceitos, mas na verdade elas tem muito preconceito, porque raramente você vê uma pessoa trans em um cargo de decisão, salvo eu porque tenho um histórico de luta e respaldo político, e estou na gestão, mas a maioria são colocados à margem e não são disponibilizadas oportunidades de trabalho às pessoas trans”, comentou.
Jovanna Cardoso informou que há LGBTs que atuam no mercado, mas abaixo dos cargos cuja capacidade lhes permitiria. “O preconceito em Picos é de forma velada, e isso precisa mudar, nenhum país desenvolvido se desenvolveu pautado no preconceito, porque as pessoas não viram homossexuais, as pessoas não viram trans, elas nascem homossexuais, elas nascem trans”, declarou.
A coordenadora afirmou que a partir de 2013 o Município tem criado políticas públicas voltadas para a inclusão, mas já houve casos de desrespeito em um passado recente. “Isso é muito novo, mas já tivemos casos de um prefeito que mandou derrubar o palco da Parada (Parada da Igualdade que acontece anualmente)”, relatou.
Contudo Jovanna salienta que os direitos dos LGBTs precisam avançar, destacando que eles não estão imunes ao pagamento de impostos e às obrigações civis. “Se a sociedade em geral tem direitos, nós não podemos ser exclusos dos direitos, precisamos ter a garantia da cidadania assim como todos os demais seguimentos da sociedade”, finalizou.
