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Psicólogos criam rede de apoio para atendimento online e gratuito

Arquivo Pessoal

Dar assistência para profissionais de saúde ou outras pessoas que estejam apresentando sintomas emocionais relacionados à crise gerada pela mudança de rotina neste período. Esse é o objetivo da atuação do grupo Psicólogos de Plantão, rede de profissionais criada em Teresina que, atualmente, tem representantes Brasil afora. Durante a pandemia do coronavírus, os profissionais se dispõe a fazer atendimentos online e gratuitos. Duda Nolêto, idealizadora do projeto, destaca que a ação tem trazido muitas respostas positivas.

“Nosso objetivo é auxiliar, dar apoio, suporte para as pessoas que estão na linha de frente e para as pessoas que estão em casa em sofrimento por conta da quarentena. Isso é o que fazemos dar de melhor: dar suporte. Temos que lembrar que a saúde mental é importante, se a gente não está bem mentalmente, dificilmente a gente consegue se sustentar por muito tempo”, explica a psicóloga.

Apesar de ter intensificado suas ações nos últimos meses, o grupo foi criado em julho de 2019, inicialmente composto de oito profissionais, e direcionava atividades para lidar com os altos índices de suicídio em Teresina em ações de psicoeducação e prevenção a doenças ligadas a saúde mental. Agora, são mais de 60 profissionais dispostos a fazer atendimento por skype, ligação, mensagem e emails. Além de Teresina, a rede já encontra profissionais disponíveis em Fortaleza, Maceio, Rio de Janeiro, São Paulo e Belo Horizonte.

“Em outubro do ano passado, inciou a procura de pessoas de outros estados que se interessaram para realizar atendimentos conosco. Então recrutei uma equipe de 10 profissionais para fazer atendimento online e dai foi entrando mais pessoas até formar uma equipe de 20 psicólogos. A pandemia fez a gente pensar o que poderia fazer a mais, então veio a ideia de atender profissionais da saúde, idosos e pessoas que estejam em estado de muita ansiedade. Elas são nossas prioridades, mas também atendemos outras pessoas”, explica Duda. Para a profissional, apesar do cenário de dificuldades, o trabalho promove um sentimento de gratidão por poder fazer algo para ajudar. “A gente está aqui para fazer algo por essas pessoas e é muito gratificante ver o quanto um atendimento pode mudar o dia daquela pessoa”, finaliza.

Agendamentos

Para os interessados em solicitar uma atendimento, os agendamentos devem ser feitos por direct no instagram do @psicologosdeplantao_.

Olhares mais atenciosos à saúde na velhice

A população está com a longevidade cada vez maior em decorrência dos avanços na tecnologia e na ciência, que vêm ajudando a prolongar o tempo de vida em todo o mundo. No Brasil, segundo o IBGE, a estimativa média de vida cresceu para 80 anos, no caso de mulheres, e para 76, para os homens. O alargamento da faixa etária exige olhares mais atenciosos à saúde na velhice. É exatamente na terceira idade que diversas mudanças impactantes acontecem.

Os filhos se casam e saem de casa, a trajetória profissional acaba, surgem diferentes problemas de saúde e a sensação de que perderam suas funções e não são mais úteis pode ser um gatilho para a ansiedade e a depressão, podendo atrapalhar os planos para essa fase da vida, que deveria ser mais livre e tranquila. O isolamento social, necessário em época de pandemia causada pelo novo coronavírus, porém comum entre diversos idosos, que acabam por diminuir suas rotinas de convívio com familiares e amigos, é um dos fatores que podem agravar doenças mentais.

Como reconhecer os sintomas da depressão em idosos

Nos idosos, os sinais da depressão geralmente se apresentam de forma diferente do que nos mais jovens. Características como tristeza, muito presente em quadros depressivos em outras idades, muitas vezes não são relatadas na velhice. Em contrapartida, as queixas de frequentes dores no corpo, problemas de memória, falta de apetite e dificuldade para dormir são sinais comuns da doença. Na fase idosa, a personalidade presente durante toda a vida se intensifica, ou seja, adultos gentis têm a tendência de se tornarem ainda mais gentis quando se tornam idosos; da mesma maneira, os adultos mal-humorados tendem a ter o humor piorado com a idade. São justamente essas características que determinam de qual maneira essa fase da vida será encarada, assim, pessoas pessimistas e com baixa autoestima estão mais predispostas à depressão. Um cuidado importante que deve ser tomado pelos familiares que cercam o idoso é não banalizar tais mudanças com a justificativa de ser “coisa da idade”. Toda alteração no comportamento pode ser decorrente de alguma enfermidade que merece atenção e deve ser levada ao médico, caso pareça suspeita.

Por: Glenda Uchôa – Jornal O Dia