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Boletim do Sertão Entrevista: Grupo Sinfonia, levando o som do violino aos picoenses

Grupo Sinfonia. Fonte: arquivo

O violino é um instrumento musical associado à música clássica, erudita, o que por vezes afasta as pessoas de apreciarem o som produzido através dele. Contudo, nos últimos anos o Grupo Sinfonia tem quebrado esse paradigma em Picos. Através de suas apresentações nos mais variados eventos, os jovens músicos: Gabriel Lima, 20 anos; Nadielle Veloso, 26 anos, e Luciana Santos, 31 anos, tem mostrado a versatilidade do violino, entoando músicas dos mais diversos estilos. O Boletim do Sertão entrevistou os três sobre esse trabalho que vem ganhando cada vez mais reconhecimento.

Confira!

Boletim do Sertão – Quando o grupo foi formado?

Grupo Sinfonia – O grupo foi formado no segundo semestre de 2016 e teve como membros alguns professores e alunos da Casa de cultura de Picos. Com o tempo, alguns saíram e nós (violinistas) basicamente nos desvinculamos da secretaria e tocamos independentemente desde então.

B.S – Quantos integrantes?

G.S – 3 violinistas, geralmente acompanhados por um ou dois violonistas.

B.S – Há quanto tempo tocam violino?

G.S – Nadielle, há 5 anos; Gabriel, há 7 anos; Luciana, há 12 anos.   

B.S – Há quanto tempo se apresentam publicamente?

G.S – Enquanto grupo, desde 2016.

B.S – Como são as apresentações?

G.S – Predominantemente temos alguém nos acompanhando no violão, fazendo a harmonia e o violino faz as melodias principais e arranjos/acompanhamento.

B.S – Quais os tipos de eventos em que mais se apresentam? 

G.S – Recepções, aberturas de conferências e solenidades, casamentos e formaturas.

B.S – Como a população picoense recebe a música produzida através do violino?

G.S – Algumas pessoas ainda vinculam o violino a algo erudito/clássico, no entanto aos poucos essa realidade vem sendo modificada em virtude da versatilidade do violino, na medida em que o adaptamos ao universo da música popular. Aqui na cidade e nos eventos que tocamos ele tem maior “aceitação” na execução de músicas populares.

B.S – Quais músicas vocês mais tocam?

G.S – Buscamos sempre variar e adaptar o repertório conforme o evento e o que nos é solicitado. Geralmente músicas populares de bandas e artistas tais como Coldplay, Michael Jackson, Ed Sheeran, Djavan, Legião Urbana, Luiz Gonzaga, entre outros, porém as realmente queridinhas são as músicas internacionais. Mas também as do repertório erudito de compositores como Bach, Vivaldi, Beethoven e J. Pachelbel. Apesar da música clássica ainda não ser tão valorizada como deveria aqui na cidade, buscamos, na medida do possível, também inserir esse tipo de música até mesmo como forma dela chegar aos que não conhecem e despertar o interesse pela mesma.

B.S – É um instrumento de difícil de aprender?

G.S – Olha, estaria mentindo se dissesse que é fácil. Violino é um instrumento muito sensível e de detalhes, nada nele é pronto, tudo é construído/produzido pelo violinista e é isso que o torna tão desafiador. No entanto, também não é um “bicho de sete cabeças”, se você estiver disposto a estudar e se dedicar, você consegue aprender, mas sempre é bom lembrar que se você quiser realmente evoluir e ter uma excelente técnica no instrumento é preciso uma rotina de estudo diária, porque se você fica um dia sem pegar no instrumento você já sente diferença, e nossa técnica é construída a partir dessa prática diária e correta, que vai desde a postura, exercícios, métodos, escalas, produção sonora até o produto final que é a performance e interpretação do repertório.

B.S – Tocam outros instrumentos musicais?

G.S – Violão.

B.S – Tem alguma inspiração?

G.S – Violinistas brasileiros tais como Maressa Carneiro, Marina Andrade, Carmelo de los Santos e Mateus Tonette.

B.S – O que pensam para o futuro?

G.S – Evoluir cada dia mais no nosso instrumento e nosso desejo é que o violino seja cada vez mais popularizado aqui na cidade e que a música produzida por ele possa tocar um número maior de pessoas.

B.S – Que mensagem podem deixar para as pessoas que querem aprender a tocar violino?

G.S – O primeiro passo é procurar um bom professor, seja ele presencial ou online, porque ele vai te orientar, apontar qual caminho correto a percorrer e lhe ajudar a não criar vícios que muitas vezes adquirimos tentando aprender sozinhos. Outra coisa é ter paciência e entender que é um processo. O aprendizado e a evolução não se dão de um dia pra o outro, logo precisam de tempo e estudo e dedicação. Entendido isso, é praticar e não desistir, pois é um instrumento lindo e é gratificante você conseguir tocar as músicas que mais gosta e ainda poder despertar emoções nas pessoas. Sem falar no desenvolvimento da coordenação motora e a própria noção de disciplina que nos ajuda em todas as áreas de nossa vida.  

Contatos podem ser feitos através do número: (89) 9 9939-3444.